ORIGENS DA GENÉTICA
Genética é a área da Biologia que estuda a herança
biológica, ou hereditariedade, que a transmissão de características de pais
para filhos, ao longo das gerações. A genética desenvolveu-se de maneira
expressiva apenas no século XX.
Os filósofos da antiga Grécia divergiam quanto às
explicações para hereditariedade. Vamos observar algumas explicações destes
filósofos:
Alcmeon
de Crotona, um discípulo de Pitágoras de Samos que viveu por volta de 500
a.C., acreditava que os homens e mulheres tinham sêmen e que este se originava
no cérebro; segundo ele, o sexo das crianças era determinado pela
preponderância do sêmen de um dos pais, ocorrendo hermafroditismo se os dois
estivessem em igual proporção.
Anaxágoras de Clazomene ( 500 – 428 a.C.) postulava que o
sêmen ocorria apenas nos homens e continha um protótipo de cada órgão do futuro
ser; as fêmeas atuariam apenas como receptoras e nutridoras do ser pré-formado.
Ele propôs também que os meninos eram gerados no lado direito do corpo e as
meninas, no lado esquerdo.
Empédocles
de Acragas ( 492-432 a. C ), o calor do útero era decisivo na determinação
do sexo dos bebês: útero quente produzia homens; útero frio, mulheres.
Hipócrates
de Cos ( 460 – 370 a.C.) ficou conhecido como “pai da medicina”. Sua
hipótese foi denominada pangêsese, cada órgão ou parte do corpo de um
organismo vivo produzia partículas hereditárias chamadas de gêmula, que era
transmitidas aos descendentes no momento da concepção. Essa hipótese perdurou
até o século XIX, tendo entre seus adeptos Jean-Baptiste Lamarck e o próprio
Charles Darwin.
Aristóteles ( 384-322 ) escreveu um tratado sobre o
desenvolvimento e a hereditariedade dos animais. Nesse livro, De generatione
animalium, ele distinguiu quatro tipos de geração: abiogênese, brotamento,
sexuada com cópula e sexuada sem cópula. Obs.: Sobre a reprodução sexuada, ele
acreditava que resultava de uma contribuição diferencial dos sexos: a fêmea
fornecia a “ matéria” básica que constituía e nutria o ser em formação,
enquanto o macho fornecia por meio do sêmen, a “essência”, transmitindo-lhe a
alma, fonte da forma e do movimento.
William
Harvey (1578-1657) Ele propôs que todo animal se originava de um ovo e que
esse ovo produzido pela fêmea necessitava ser fertilizado pelo sêmen do macho
para originar um novo ser.
Em 1750, alguns cientistas acreditavam na teoria da
pré-formação, segundo a qual um pequeno indivíduo em miniatura estaria
totalmente presente no esperma (para outros, ele estaria presente no óvulo e
bastava apenas crescer e se desenvolver.
No século XVIII, os defensores das idéias originais
de Harvey dedicaram-se a explicar como o ovo fertilizado podia originar um novo
ser. Havia então duas correntes de explicação : Pré-formismo ( teoria da pré-
formação) e a Epigenética ( epigêneses). Entre os defensores do pré-formismo
havia os ovistas e os espermistas.
Apesar de Harvey ter sugerido a possibilidade de
ocorrer epigênese , a teoria epigenética foi proposta formalmente pelo
anatomista alemão Caspar Friedrich Wolff em 1759. Wolff propõe que a nutrição e
o crescimento das plantas dependem de uma força essencial, por ele denominada vis
essentialis , que tem o poder de formar novos órgãos a partir de marterial
amorfo. Ele acreditava que a fêmea fornecia uma unidade de matéria mais ou
menos homogênea, o óvulo, enquanto o macho contribuía com a potencialidade, a vis
essentialis, para seu desenvolvimento em um novo ser.
A descoberta dos Espermatozoides
Foi em
1841 que o anatomista e fisiologista suíço Rudolf Albert von ( Albrecht)
Kolliker, ao estudar a estrutura microscópica dos testículos, demonstrou que os
espermatozoides não eram parasitas do trato genital masculino e sim células
modificadas. Kolliker observou os diversos estágios de transformação de células
dos testículos em espermatozoides. Pouco tempo depois em1854 o naturalista
inglês George Niwport ( 1803-1854) obteve evidências de que os espermatozoides
de rã entravam no óvulo durante a fecundação
A descoberta dos Óvulos
Em 1828, o naturalista alemão Karl Ernst Von Baer
descobriu, no interior de cada folículo ovarianondescrito por Graaf, um óvulo.A
natureza celular dos óvulos foi estabelecida em 1829 pelo zoólogo alemão
Theodor Schwann, mas foi somente em 1861 que o anatomista alemão Karl Gegenbaur
demonstrou definitivamente que o óvulo dos animais vertebrados é uma única
célula. Após a demonstração definitiva de que o espermatozoide e óvulos animais
são células, o pré-formismo foi descartado.
1859
- Charles
Darwin publica A origem das espécies.
1865
- Gregor
Mendel publica Experimentos em
hibridação vegetal.
1900 - As leis
fundamentais da hereditariedade, descobertas por Mendel em 1865, são
redescobertas independentemente por C.
Correns, H. Vries, e E. vom Tschemak.
1901 - Vries
adota o termo mutação para descrever mudanças na qualidade do material
hereditário.
1902-1909 - W.
Bateson cria os termos Homozigoto, heterozigoto,
alelomorfo e epistasia,
além de uma nomenclatura para designar as gerações em experimentos genéticos: P,
F1, F2 etc.
1903 - Cromossomas descobertos como sendo as unidades da hereditariedade.
1903 - Cromossomas descobertos como sendo as unidades da hereditariedade.
1905 - O biólogo William
Bateson utiliza o termo "genética" numa carta dirigida a Adam
Sedgwick.
1905 - N. M. Stevens
descreve os cromossomos sexuais X e Y no besouro Tenebrio molitor.
1905 - Lucien
Cuénot obtém primeiro indício de fatos genétio letal (gene letal),
confirmado em 1910 por W. E. Castle e C. C. Litle.
1910 - Thomas Hunt Morgan demonstra que os genes estão
localizados nos cromossomas.
1913 - Alfred
Sturtevant elabora o primeiro mapa
genético de um cromossoma.
1913 - Mapas genéticos
mostram cromossomas contendo arranjos lineares de genes.
1927
- Mudanças físicas nos genes são denominadas mutações.
1928
- Frederick Griffith descobre uma molécula
de hereditariedade que é transmissível entre bactérias.
1931
- Sobrecruzamento (Crossing over) é a causa da recombinação genética.
1953
- A estrutura do DNA
(dupla hélice) é descoberta por James
Watson e Francis Crick.
1956
- Jo Hin Tjio e Albert Levan estabelecem que o
número correto de cromossomas na espécie humana é de 46 (n=23).
1970
- Enzimas de restrição são descobertas em
estudos com a Haemophilius influenzae, permitindo assim aos cientistas o
corte do DNA e a sua transferêcia entre organismos.
1977
- DNA é sequenciado pela primeira vez por Fred Sanger, Walter
Gilbert e Allan Maxam. O laboratório de
Sanger completa a sequência completa do genoma de Bacteriófago Phi-X174.
1995
- O genoma de Haemophilus influenzae é o primeiro
de um organismo vivo a ser sequenciado.
2003
- (14
de Abril) 99% do genoma humano foi sequenciado pelo Projeto do Genoma Humano (com uma precisão
de 99,99%).
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